As Faculdades Integradas de Taquara (Faccat) promoveram, de 29 a 31 de maio, o Seminário Nacional de Educação que teve como tema “Diálogos e Experiências sobre os processos de ensino e aprendizagem”. O encontro abriu espaço para construção de conhecimentos e uma oportunidade para o diálogo com educadores de várias instituições e troca de experiências sobre a temática. Mais de 500 participantes, entre professores, pesquisadores e acadêmicos, participaram dos três dias de evento no campus da Faccat e no Clube Comercial de Taquara.
A abertura do seminário contou com a participação do presidente da Fundação Educacional Encosta Inferior do Nordeste (FEEIN), mantenedora da Faccat, Nicolau Rodrigues da Silveira; dos vice-diretores da Faccat Marlene Ressler e Roberto Morais; do secretário de Educação de Taquara, representando o prefeito municipal, Antonio Edmar Teixeira de Holanda; e da secretária de Educação de Parobé, Maristela Rossato.
A palestrante convidada do dia 29 de maio foi a professora Dra. Elvira Souza Lima que abordou o tema “Neurociências e aprendizagem”. Ela destacou na conferência, entre outros aspectos, que o educador não deve procurar as dificuldades, mas identificar as possibilidades de aprendizagem dos seus educandos. "A neurociência veio confirmar o que muitos professores já sabiam há muito tempo. Veio mostrar que certas práticas pedagógicas que estão sendo deixadas para trás no Brasil são relevantes”, enfatizou a palestrante.
Para ela, a música é a única atividade humana cujo impacto/modificação no cérebro pode ser identificado a olho nu. O ser humano canta antes de falar. “As crianças que aprendem a tocar um instrumento musical antes dos sete anos sofrem um efeito muito positivo em seu cérebro", lembrou Elvira, salientando que a coisa mais positiva que o ser humano produz é arte.
Ainda reforçou que educação não tem que refletir o que a genética já sabe. Cabe à escola ampliar a experiência do desenvolvimento humano. "A escola é uma instituição de sucesso que existe há cinco mil anos. Não há tecnologia alguma que vá substituir o professor”, enfatizou a palestrante.
O seminário prosseguiu na sexta feira, dia 30 de maio, com 10 mesas temáticas que abordaram diferentes assuntos relacionados à educação com professores de várias instituições do Estado, bem como profissionais da Faccat. O ponto alto foi a conferência, à tarde, com o professor Bernard Charlot, que abordou o tema “Formação de Professores e a relação com o saber”. Charlot disse que há duas línguas diferentes sendo faladas na escola. A dos professores e a dos alunos. Para Bernard Charlot, o conflito nasce quando o professor não ensina. O que faz o aluno aprender é sua própria atividade intelectual, não a do mestre. “O trabalho do educador é despertar e promover essa atividade”, enfatizou.
Lembrando que as pessoas procuram o que lhes dá prazer, Charlot disse que é preciso criar o saber como objeto de desejo para que os alunos se satisfaçam em sala de aula. Para ele, a educação é um triplo processo, indissociável, de humanização, socialização e ingresso na cultura e no processo de singularização. “Porque sou um ser humano insubstituível”, destacou o palestrante.
Na sequência, ocorreu o Sarau com Café especial, com a participação de Roseli Santos, Ângela Gonzaga e Januário Marques de Souza, além dos músicos Junior Ghesla e Frederico, acadêmicos da Faccat.
O evento terminou no sábado, dia 31 de maio, com apresentação de trabalhos por professores, pesquisadores e acadêmicos de várias instituições, distribuídos em 10 temas de diferentes áreas.
Para a coordenadora do Seminário Nacional de Educação, Maria Raquel Caetano, o encontro cumpriu seus objetivos em debater temas de relevância, atuais, especialmente no que se refere à formação de professores e processos de ensino e aprendizagem. “O diálogo e as reflexões nesses dias foram fundamentais para o debate contemporâneo em educação e a constituição de elementos que possam contribuir para a docência. Com isso, a Faccat confirma seu papel e sua importância na formação de professores da região”, reforça Raquel Caetano.
Texto e fotos: Roseli Santos e Daniel Bitello