A coordenação do curso de Ciências Contábeis das Faculdades Integradas de Taquara, dentro da programação da Semana Acadêmica, ocorrida entre 19 e 21 de junho, encerrou os encontros promovidos pelo evento com um debate sobre a reforma da Previdência, dia 21 de junho, à noite, no campus.
Participaram do encontro o Desembargador Federal do Trabalho, Francisco Rossal de Araújo, professor de Direito do Trabalho e Economia Política da UFRGS; o diretor do Instituto de Justiça Federal, Marcelo Oliveira; o professor de Economia, Finanças Públicas e Finanças Internacionais da Faccat, Roberto von Mengden; e o presidente da Fundação Educacional Encosta Inferior do Nordeste, mantenedora da Faccat, Nicolau Rodrigues da Silveira, que foi o mediador do debate.
Na abertura, Nicolau Rodrigues da Silveira destacou a importância desses encontros para que os acadêmicos possam ajudar a reconduzir o nosso país para novos rumos.
O professor Roberto von Mengden defendeu a reforma da Previdência, levando em consideração a atual realidade social, especialmente em razão de vários problemas, como a transição demográfica que vem ocorrendo desde 2008, com as taxas de natalidade diminuído, enquanto a expectativa de vida aumenta. “Precisamos modificar esse sistema previdenciário. Do jeito que está hoje, não se sustenta”, enfatizou.
Marcelo Oliveira posicionou-se contra a reforma da Previdência, embora reconheceu a necessidade de alguns ajustes. Para ele, a intenção é abrir espaço para a Previdência Privada. “O objetivo é a diminuição do estado, com menos recursos para saúde, educação e segurança. “Essa reforma é desestruturante. O dinheiro existe e está sendo desviado”, disse Marcelo, denunciando que o objetivo não é garantir aposentadoria para todos, mas destruir a Previdência pública.
Finalizando, o desembargador Francisco Rossal de Araújo ponderou sobre vários aspectos desta reforma previdenciária, levando o público a uma reflexão sobre qual sociedade vamos construir. Questionou o destino dos benefícios previdenciários, lembrando que há uma economia por trás desses rendimentos. “Cidades inteiras esperam o pagamento dos aposentados”, enfatizou.
Conforme o desembargador, os sistemas previdenciários necessitam de ajustes de tempos em tempos, são complexos, mas é preciso legitimidade e uma negociação com a sociedade para colocá-los em prática. “Isso pressupõe maturidade política, senão não se constrói um sistema solidário”, afirmou o desembargador, destacando que a Previdência é para todos. “Nos falta honestidade, lealdade, porque o dinheiro que circula gira a roda da economia”, salientou.