“Sempre quis cruzar horizontes, ampliar meus conhecimentos, adquirir novas experiências”, conta a estudante peruana Rosa Leon Leon, 21 anos, que junto com Cristopher Ruiz Azabache, 22, e Jorge Adam Zamora, 21, integram o corpo dicente das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat). Eles estão realizando um intercâmbio, que é fruto de uma parceria entre Faccat com a Universidad Católica Benedicto XVI de Trujillo, cidade de cerca de 900 mil habitantes, situada ao norte do Peru, junto à costa do Pacífico. Os três estão na reta final dos seus respectivos cursos;. Rosa faz Engenharia de Produção, enquanto seus dois conterrâneos estão matriculados em Administração
Aqui no Brasil, os jovens estrangeiros estão dando sequência normal aos seus cursos de graduação. Eles poderão aproveitar em seu país os créditos das disciplinas cursadas na Faccat. Para todos os três, é a primeira experiência no exterior e a oportunidade de um rico aprendizado em contato com uma cultura diferente daquela a que estão acostumados em sua pátria de origem. “O Brasil passa a ideia de ter um povo mais liberal do que é nosso, que é mais reservado”, compara Jorge Adam Zamora.
Adquirir mais experiência e independência, conhecer novas culturas, agregar valor à formação pessoal e profissional são alguns dos objetivos dos estudantes peruanos com o intercâmbio na Faccat. Na opinião do acadêmico Cristopher Ruiz Azabache a organização administrativa da faculdade é muito bem distribuída. “Aqui tem a possibilidade de alunos bolsistas desenvolverem atividades ligadas à futura profissão e a empatia dos brasileiros para com a cultura de seu país”, destaca.
A rotina e a adaptação dos peruanos em Taquara
Em sua rotina diária, os estudantes passam boa parte do tempo no campus, aproveitando as horas para aprofundar os estudos na biblioteca ou nos laboratórios, além de frequentar àas aulas à noite. Residindo na área central de Taquara, eles consideram a cidade limpa e agradável e estão impressionados com o verde que domina a paisagem, característica contrastante com a realidade da região de onde provêm, onde o clima é bem mais seco.
Sobre a adaptação no Brasil, os três afirmam que já estão conseguindo se comunicar muito bem. “Já consigo entender tudo o que falam, mas escrever em português é mais difícil”, contou Rosa, com a concordância dos demais. O trio também estranhou um pouco a alimentação, mas disse acredita que seja mais saudável que a peruana, especialmente pela maior oferta de verduras.
Dessa forma, as dificuldades iniciais vão sendo superadas e os jovens estrangeiros já se sentem na Faccat como se estivessem em casa. “Me sinto como se não tivesse vindo de outro país”, definiu Jorge, no que ganhou o reforço do conterrâneo Cris. “Nos fazem sentir como irmãos”, exprimiu, elogiando a hospitalidade e o carinho dos agora colegas brasileiros.
Um novo marco na internacionalização da Faccat
A presença dos três alunos peruanos no campus é fruto de um convênio celebrado, ainda em 2018, com a Universidad Católica de Trujillo Benedicto XVI (UCT). Conforme a professora Márcia Diehl, a iniciativa representa um novo marco para o Programa de Internacionalização da Faccat, do qual é a atual coordenadora. “Pela primeira vez a Faccat está recebendo os alunos visitantes, que poderão aproveitar posteriormente em sua instituição de origem as disciplinas que estão cursando aqui”, explica.
De acordo com Márcia, além de estarem isentos das mensalidades, os alunos peruanos recebem da Faccat auxílio na alimentação e hospedagem durante o ano de permanência em Taquara. Acrescenta que o convênio firmado com a universidade de Trujillo prevê uma relação de reciprocidade, ou seja, na sequência do intercâmbio, alunos da Faccat poderão estudar um ano em terras peruanas e igualmente aproveitar os créditos para o Curso que estão fazendo.
A experiência internacional, segundo a docente, pode se constituir num divisor de águas na vida do estudante, seja no aspecto do crescimento pessoal, seja na construção de um currículo atrativo para o mercado profissional. “O aluno passa uma ideia de que é independente, de que sabe se autogerenciar e tomar iniciativas, de que consegue conviver com as diferenças e que tem uma visão de mundo ampliada, o que se torna muito interessante aos olhos das empresas”, descreve.
Conforme previsto pelo intercâmbio, no segundo semestre do ano, os alunos peruanos que estão estudando na Faccat terão como uma de suas atribuições dar aulas de espanhol aos interessados em aprender o idioma que hoje se posiciona como um dos mais utilizados na comunicação internacional.