Uma cartilha elaborada nas Faculdades Integradas de Taquara (Faccat) pode ser de grande utilidade para empreendedores que precisam garantir a sobrevivência do seu negócio em tempos de dificuldades como os que o mundo vive atualmente. A ferramenta nasceu de um estudo realizado por duas docentes e um acadêmico contemplados por um edital de pesquisa lançado pela instituição de ensino ainda em 2018.
Os autores são as professoras Tatiane Pietrobelli Pereira e Kélim Bernardes Sprenger, e mais o aluno Samuel Mariano Sperb, todos vinculados ao Curso de Ciências Contábeis da Faccat. Eles desenvolveram uma pesquisa entre maio de 2019 e abril de 2020, objetivando identificar os fatores que determinam a continuidade operacional de micro e pequenas empresas localizadas na região do Vale do Paranhana/RS. Para tanto, realizaram entrevistas com 90 empreendedores dos municípios de Igrejinha, Parobé, Riozinho, Rolante, Taquara e Três Coroas, os quais obtiveram seu registro na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul a partir de 2017.
Segundo os pesquisadores, a ideia do estudo partiu da constatação estatística de que muitas empresas fecham as portas ainda nos iniciais de operação. “Esta realidade mostra que ainda há fatores ligados ao empreendedorismo que devem ser entendidos, inclusive sobre as dificuldades que os nossos empreendedores têm enfrentado”, justificam.
Com base na análise das respostas obtidas dos entrevistados, os autores do estudo conseguiram estabelecer um panorama da região, identificando as principais dificuldades internas e externas vivenciadas pelos empreendedores e os principais fatores que podem comprometer um negócio, bem como apontar medidas para solucionar ou mitigar tais problemas. Constataram, por exemplo, a carência de preparo e orientação prévia, pois, em média, 63% dos empreendedores não buscaram aperfeiçoamento antes de iniciarem o negócio ou, ainda, uma consultoria especializada (89%).
Entre as principais dificuldades internas detectadas nas empresas, constam a gestão de recursos financeiros, a formação da carteira de clientes, o atendimento a questões legais e a gestão de pessoas, que, juntas, representam 62% dos apontamentos levantados. Soma-se a isso a dificuldade de obtenção de crédito, outro ponto relevante indicado pelos entrevistados. No tocante ao ambiente externo, os empreendedores citaram dificuldades em relação à alta carga tributária, o grande número de exigências burocráticas a cumprir, a inadimplência dos clientes e a situação econômica em geral.
A partir dos resultados obtidos, Tatiane Pietrobelli Pereira, Kélim Bernardes Sprenger e Samuel Mariano Sperb elaboraram uma cartilha com a síntese dos principais pontos observados e também uma série de sugestões para os empreendedores, as quais são úteis em cenários de dificuldades como o que o mercado está vivendo atualmente em função da pandemia.