segunda-feira, 10 de maio de 2021 - 15:05
Papo de Professor debate o pertencimento

Reunindo dezenas de acadêmicos das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat), o Papo de Professor, edição de maio, oportunizou um momento de muita integração, de trocas de conhecimento, e acima de tudo, de muita aprendizagem. As convidadas especiais, as professoras Micheli Nunes Catarino (da rede municipal de Taquara) e Luciana Domingues Ramos (rede municipal de São Leopoldo) deram magníficos depoimentos de como fazer a diferença na vida dos estudantes do ensino fundamental. Com a temática “Eu reconheço este espaço: Atividades de Pertencimento”, os dois cases ultrapassaram limites e reforçaram que há uma educação de qualidade na rede pública.  A edição de maio ocorreu no dia 3 de maio, em formato on-line. A promoção é dos cursos de História, Letras, Pedagogia e Matemática da Faccat.

Espaço para os professores

Na avaliação de um dos organizadores do Papo de Professor, Magnus Cesar Ody, mesmo o evento sendo realizado via plataforma Google Meet, a qualidade da ação não se perde. “ O espaço é do professor e sempre há trocas. Com a pandemia os encontros estão sendo feitos on-line, mas os encontros ocorriam de forma itinerante, uma vez na sede da Faccat, outra vez, na sede de uma escola”, explica o professor Magnus.

Mediando as convidadas da noite, a coordenadora do curso de História, Andrea Petry Rahmeier, da Faccat, comenta que as pessoas se tornam professores com a caminhada. “A ideia é justamente essa, de pertencimento. Ainda mais nestes tempos, que muitas vezes o pertencimento está neste algo complicado de se fazer. E essas duas professoras, em lugares diferentes, fizeram seus alunos se sentirem pertencentes, se sentiram estar no espaço da escola. Cada uma tem mais de 15 anos de trabalho na rede, em sala de aula”, sintetiza Andrea.

Ativar a memória do fundo do baú

A professora Micheli Nunes Catarino, da escola Calisto Eolalio Letti, de Taquara, salienta que com a pandemia, todos estão no mesmo barco e que o trabalho com os estudantes deve ter um olhar diferenciado. “Neste ano, Taquara completou 135 anos. Tenho uma turma do 5º ano e queria fazer um trabalho de pertencimento, de ativar as memórias ativas do município, através de moradores antigos e de familiares dos alunos”, explica Micheli, que ao longo de seu depoimento falou que não queria trabalhar as mesmas coisas sobre a história de Taquara, queria algo diferente, que buscasse ativar a memória lá do fundo do baú. “Então criamos o projeto sobre o nosso município, de verificar qual a memória afetiva que eles, alunos, tinham junto com seus familiares, avós, para contar sobre a nossa cidade. Então os alunos foram questionar e veio coisas riquíssimas. Eu aprendi muito com eles, e eles aprenderam muito mais sobre a história de Taquara, foi um trabalho lindíssimo”, finaliza a professora.

Pesquisa e narrativas de pertencimento

Em São Leopoldo, a Luciana Domingues Ramos, que é professora do programa Espaço Virtual de Aprendizagem Multimídia (EVA), trabalhou com “Pesquisa e Narrativas de Pertencimento - Possibilidades para a Educação em Contexto de Cultura Digital”, da escola municipal João Carlos von Hoherndorff.  “Sou alfabetizadora e trabalho também como articuladora do Eva, que todos conhecem como laboratório de informática, e neste espaço tenho a possibilidade articular com os alunos e com os professores projetos de pesquisa, de conteúdo digital”, ressalta.

Ela explica ainda que pertencer constitui dividir características, vivências e experiências com outros membros das comunidades de pertencimento, desenvolvendo sentimento de pertença. “Com a minha turma do 2º ano, em 2020, desenvolvi o projeto “Se essa rua fosse minha”. O projeto envolveu a pesquisa social, com o desenvolvimento coletivo de todos os alunos e que resultou num documentário bem legal. O ensino remoto de 2020 trouxe um relato de experiência, de situações cotidianas que remetem à percepção de mudança, pertencimento e memória. A escola precisa ter conexão com sua comunidade e isso é uma busca constante. Além disso, a experiência das pesquisas é única”, conclui.


Participação da professora Luciana Domingues Ramos
Participação da professora Micheli Nunes Catarino
Coordenadora do curso de História, Andrea Petry Rahmeier
Professor Magnus Ody
Participação da professora Luciana Domingues Ramos
Participação da professora Micheli Nunes Catarino
Coordenadora do curso de História, Andrea Petry Rahmeier
Professor Magnus Ody