O Institute for Public Relations (IPR) divulgou a relação das 17 melhores e mais importantes pesquisas do mundo na área da Comunicação Estratégica e Relações Públicas, desenvolvidas entre 2020/2021. Entre os estudos está a pesquisa “Latin American Communication Monitor (LCM)”, que conta com a participação da professora pesquisadora Drª Andréia Silveira Athaydes, das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat). Ela é integrante da equipe do LCM - Monitor de Comunicação da América Latina, que desenvolveu a pesquisa, sendo a coordenadora LCM Brasil.
De acordo com a professora Drª Andreia Silveira Athaydes, o Institute for Public Relations é uma das associações mais importantes de RP não apenas dos Estados Unidos, mas do Hemisfério Norte do planeta. O ranking das pesquisas mais relevantes é definido em um comitê de profissionais sênior, que avaliam os estudos publicados na área. “Este reconhecimento é importante porque valoriza um estudo internacionalmente e permite a reflexão sobre a formação e atualização profissional frente às mudanças socioculturais, econômicas, políticas e tecnológicas”, destaca a docente, comentando ainda que os dados são disponibilizados de forma gratuita e isso amplia o acesso aos dados para todos os profissionais e pesquisadores que tenham interesse, além de possibilitar que o mercado possa buscar qualificação, já que tem acesso às informações que mostram as debilidades e fortalezas da área da comunicação por país e por tipo de organização.
Sobre a pesquisa destaque
A pesquisadora e professora Drª Andreia Silveira Athaydes explica que o principal objetivo do estudo é monitorar as rotinas dos departamentos e agências de comunicação da América Latina, identificando atitudes e competências que os classifiquem como áreas de comunicação excelente. “Sobre resultados, cada edição trará um conjunto de resultados diferentes, em função das tendências que foram aplicadas em cada edição”, explica.
Na edição 2020-2021, que foi reconhecida pelo IPR, dentre as centenas de resultados, a docente Andreia destaca alguns dados. Confira:
1 - Sobre a temática da pandemia, os setores mais atingidos na gestão pela crise Covid-19 são o setor estatal com 67,9% de impacto. Em segundo lugar estão as empresas privadas (57,9%). Seguido por organizações sociais, as ONG´s (57,6%).
2 - Sobre desafios éticos, uma em cada duas pessoas que exercem a profissão na América Latina vive desafios éticos em seu trabalho diário. Especialmente durante o último ano relacionado ao uso de bots para gerar respostas nas redes sociais. Além disso, a exploração de dados pessoais do público através da análise de big data. Os países que relatam os maiores desafios éticos são Brasil, Peru, El Salvador, Argentina e Uruguai.
3 - Sobre a questão da igualdade de gênero no trabalho, na América Latina, a maioria dos profissionais são mulheres. No entanto, apenas um em cada duas chega a cargos de gestão. Ao analisar a questão da equidade de gênero na mídia e nas entidades governamentais, o Brasil se destaca. Isso se deve ao fato de apresentar a maior lacuna entre a percepção de quanto a questão melhorou nos últimos 5 anos (60,9%), contra apenas 8,7% que concordam que o atual é suficiente. Por outro lado, o Peru, com 78,5% de suas avaliações que dizem ter melhorado nessas questões nos últimos 5 anos. A investigação também revelou que, para surpresa dos investigadores, a Venezuela afirma que os esforços nesse sentido são satisfatórios. Além disso, eles não sentem que há problemas na equidade de gênero. Isso porque mesmo em cargos gerenciais são ocupados em maior percentual por mulheres.
4 - Em relação à questão da cibersegurança, o estudo apurou que a maioria dos profissionais acredita que ela é relevante para o seu trabalho diário. Além disso, quatro em cada dez sofreram ataques cibernéticos ou incidentes de roubo de dados em sua própria organização. Aqueles que trabalham no setor público acreditam que em 64,1% os crimes cibernéticos podem afetar seus sites e/ou contas de mídia social. Destes, 48% acreditam que é provável que suas infraestruturas digitais fiquem paralisadas. Outros 51,8% acham que dados sobre seus stakeholders podem ser roubados e 54,6% temem que vaze informações sensíveis sobre a área.
A professora ainda salienta que existem muitos outros resultados, pois a cada edição que é apresentada, é gerado um relatório com quase 150 páginas.
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Texto: Claucia Ferreira/Faccat
Foto: Yasmin Silva/Fotógrafa