Um encontro para desmistificar conceitos, ampliar horizontes e aprender novos significados sobre os povos originários, seus saberes e formas de resistência. Assim foi o evento “Presença Kaingang: Diálogos Decoloniais, Saberes Indígenas e Educação”, realizado na noite da sexta-feira, 9 de maio, na sede das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat).
A atividade reuniu estudantes, professores e membros da comunidade para ouvir e refletir com o cacique Maurício Vên Tãnh Salvador, da aldeia Kaingang de Canela. Em sua fala, ele compartilhou aspectos da realidade vivida por seu povo, abordando temas como os saberes ancestrais, a resistência frente às ameaças ambientais e a importância da presença indígena nos espaços educacionais e acadêmicos.
Organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e pelas Licenciaturas da Faccat, o evento buscou fomentar o diálogo intercultural e a valorização das epistemologias indígenas.
“Estamos sempre na luta pela reintegração de nossas terras. Analisamos todos os projetos que possam causar prejuízos ao meio ambiente e não aceitamos qualquer iniciativa que o agrida”, afirmou o cacique. Ele também ressaltou que os grafismos indígenas variam entre as aldeias, sendo uma expressão da identidade de cada comunidade: “Cada aldeia tem o seu próprio grafismo, a sua identidade”.
Durante a conversa, o cacique também explicou como eram construídas as casas subterrâneas por seus antepassados, comparando com as estruturas atuais. Falou ainda sobre o uso das ervas medicinais, a espiritualidade ligada aos animais sagrados e outros aspectos fundamentais da cultura e da luta política dos povos indígenas.
Texto e fotos: Claucia F da Silva